Rondonópolis é assim - parte II
fonte: www.mtaqui.com.br
Na Segunda reportagem da Série “Rondonópolis é assim”, o destaque é o esporte amador e profissional, na maior praça do agronegócio do Brasil.Esporte rondonopolitano
Rondonópolis tem dois clubes de futebol campeões mato-grossenses: O Vila Aurora ou Tigrão da Vila (2005) e o União Esporte Clube que conquistou o título na temporada passada. A prática esportiva é bem difundida na cidade.Antes da fundação União em 6 de junho de 1973, sob a liderança do servidor agora aposentado da Receita Federal, Lamartine da Nóbrega, Rondonópolis tinha disputado campeonato municipal onde pontificam o Santos, Olé, Paraibana e outros clubes. O principal árbitro da cidade era João Leandro da Silva, o João Roleta, que nunca escondeu que favorecia a seleção local quando de seus jogos contra clubes de Cuiabá e outras cidades. João Roleta não está mais entre nós.
A Sociedade Esportiva Vila Aurora ou Tigrão da Vila foi fundada em 5 de maio de 1964, mas por muitos anos se manteve enquanto equipe amadora.
A cidade tem três equipes profissionais e a caçula é o Rondonópolis (REC).
O clássico União e Tigrão é chamado de Unigrão, mas me refiro a ele como sendo Tião, por achar o nome mais popular e apropriado ao futebol.
KARATÊ - Nalva Milta é colecionadora de títulos mundiais no karatê point.
JUDÔ - O sensei Manao Ninomyia há décadas ensina a arte marcial japonesa do judô a gerações de rondonopolitanos. Orgulho-se de ser seu ex-aluno e esse orgulho se redobra porque meus filhos nascidos em Rondonópolis, Agenor e Luiz Eduardo também aprenderam e lutaram em seu tatame.
Manao é digno professor de judô e honrado comerciante numa mistura de frutaria com mercearia na cidade.
TÊNIS - Bruna Paes é a ex-tenista rondonopolitana que na faixa etária de 10, 12, 14 e 16 anos foi a número 1 do Brasil e aos 17 anos foi ranqueada entre as 300 melhores tenistas do mundo.
Bruna Paes foi atleta do Caiçara Tênis Clube e começou nas quadras aos seis anos. A ex-atleta foi número um do Brasil com dez, 12, 14 e 16 anos Aos 14 e 16 anos ficou entre as três melhores da America do Sul. Aos 17 anos ficou entre as 300 melhores do mundo e na faculdade, nos Estados Unidos, nos quatro anos a equipe de tênis que ela participava, ficou entre os 15 melhores times dos EUA na divisão mais forte da liga universitária.
BOA POLÊMICA - Rondonópolis tem um moderno estádio com capacidade para 18 mil torcedores, que se chama Engenheiro Luthero Lopes e pertence ao município. Essa praça esportiva foi inaugurada em 22 de março de 2000, com a partida entre o União Esporte Clube e o Grêmio, válida pela Copa do Brasil e vencida pela equipe dos Pampas por 4 a 0 sendo que Ronaldinho Gaúcho marcou o gol inaugural. Em 2 de abri daquele ano, Zumbi, jogador do União, assinalou o primeiro tento mato-grossense, no empate em dois gols do time da casa com o Berga, de Cuiabá, pelo Estadual.
Originalmente o Estádio Municipal Engenheiro Luthero Lopes foi construído na Avenida dos Bandeirantes. Posteriormente foi demolido cedendo lugar a uma loja do Atacadão, que por sua vez construiu o novo estádio e o entregou a prefeitura.
A inauguração do antigo estádio aconteceu em 8 de novembro de 1959 e até hoje a autoria do seu primeiro gol é discutida. Sobre esse tem escrevi o Editorial “De cidadania”, postado em 6 de junho do ano passado e na mesma data publicado enquanto artigo assinado por mim no Jornal Diário de Cuiabá.
O texto diz:
“Rondonópolis cidadezinha de nariz arrebitado que se rotulava “Rainha do Algodão” das roças de toco. Poxoréu rica e exuberante estufava o peito enquanto “Capital do Diamante”. A primeira com cinco anos de emancipação e a outra engasgada com o espinho dessa autonomia política que lhe surrupiu seu distrito mais ao sul. Com esse componente as seleções de futebol das duas cidades se enfrentaram na ensolarada tarde do domingo 8 de novembro de 1959, para a inauguração do Estádio Engenheiro Luthero Lopes, construído no tal ex-distrito.
Poxoréu despachou Rondonópolis pelo placar de 5 a 2 com direito a olé e foguetório. Quanto ao resultado a torcida que assistiu ao jogo não discute. O que ninguém sabe é o nome do craque autor do primeiro gol do Luthero Lopes. Ninguém vírgula, porque duas vozes discordantes sempre sustentaram a seu modo a paternidade do feito. Rosalvo Aguiar, de Poxoréu, jurava que recebeu cruzamento da esquerda, matou a redonda no peito e de voleio estufou as redes. Hermenegildo Reis de Almeida conta que na intermediária desarmou o volante, avançou, driblou dois zagueiros, cobriu o goleiro e fez a gorducinha triscar a trave antes de cair mansa e faceira atrás da linha da cal.
Nos alicerces de Rondonópolis estão as impressões digitais dos personagens dessa polêmica. Hermenegildo foi dedicado servidor do DNER (agora DNIT) e tem uma loja de apetrechos de pesca. Alguns anos após aquela partida, Rosalvo dignificou a profissão de bancário gerenciando o Banco Real naquela cidade até se aposentar precocemente por problemas de saúde que comprometeram a desenvoltura de seu caminhar.
Na madrugada do sábado, 5 deste mês, Deus vagava onipresente sob o firmamento em Rondonópolis, agora bonita metrópole e bem diferente da cidadezinha da época do primeiro gol no Luthero Lopes. O Senhor gostou do espírito reinante na cidade levando dali para seu reino celeste um septuagenário enfermo. Na porta do céu um coro de anjos, arcanjos e querubins entoou cânticos que soaram aos ouvidos de Rosalvo como se fosse o grito da torcida poxoreana com seu voleio estufando as redes da cidade que mais tarde seria seu novo lar”.
Com o adeus de Rosalvo a terra de meus filhos Agenor e Luiz Eduardo vira mais uma página de sua recente história e não ouve mais o debate dos dois artilheiros que consciente ou inconscientemente solidários ao espírito de luta que esculpiu a têmpera da singular Rondonópolis marcaram o mais importante tento de suas vidas: o gol da construção da cidadania rondonopolitana”.
Rondonópolis é assim - parte II
Na Segunda reportagem da Série “Rondonópolis é assim”, o destaque é o esporte amador e profissional, na maior praça do agronegócio do Brasil.
Esporte rondonopolitano
Rondonópolis tem dois clubes de futebol campeões mato-grossenses: O Vila Aurora ou Tigrão da Vila (2005) e o União Esporte Clube que conquistou o título na temporada passada. A prática esportiva é bem difundida na cidade.Antes da fundação União em 6 de junho de 1973, sob a liderança do servidor agora aposentado da Receita Federal, Lamartine da Nóbrega, Rondonópolis tinha disputado campeonato municipal onde pontificam o Santos, Olé, Paraibana e outros clubes. O principal árbitro da cidade era João Leandro da Silva, o João Roleta, que nunca escondeu que favorecia a seleção local quando de seus jogos contra clubes de Cuiabá e outras cidades. João Roleta não está mais entre nós.
A Sociedade Esportiva Vila Aurora ou Tigrão da Vila foi fundada em 5 de maio de 1964, mas por muitos anos se manteve enquanto equipe amadora.
A cidade tem três equipes profissionais e a caçula é o Rondonópolis (REC).
O clássico União e Tigrão é chamado de Unigrão, mas me refiro a ele como sendo Tião, por achar o nome mais popular e apropriado ao futebol.
KARATÊ - Nalva Milta é colecionadora de títulos mundiais no karatê point.
JUDÔ - O sensei Manao Ninomyia há décadas ensina a arte marcial japonesa do judô a gerações de rondonopolitanos. Orgulho-se de ser seu ex-aluno e esse orgulho se redobra porque meus filhos nascidos em Rondonópolis, Agenor e Luiz Eduardo também aprenderam e lutaram em seu tatame.
Manao é digno professor de judô e honrado comerciante numa mistura de frutaria com mercearia na cidade.
TÊNIS - Bruna Paes é a ex-tenista rondonopolitana que na faixa etária de 10, 12, 14 e 16 anos foi a número 1 do Brasil e aos 17 anos foi ranqueada entre as 300 melhores tenistas do mundo.
Bruna Paes foi atleta do Caiçara Tênis Clube e começou nas quadras aos seis anos. A ex-atleta foi número um do Brasil com dez, 12, 14 e 16 anos Aos 14 e 16 anos ficou entre as três melhores da America do Sul. Aos 17 anos ficou entre as 300 melhores do mundo e na faculdade, nos Estados Unidos, nos quatro anos a equipe de tênis que ela participava, ficou entre os 15 melhores times dos EUA na divisão mais forte da liga universitária.
BOA POLÊMICA - Rondonópolis tem um moderno estádio com capacidade para 18 mil torcedores, que se chama Engenheiro Luthero Lopes e pertence ao município. Essa praça esportiva foi inaugurada em 22 de março de 2000, com a partida entre o União Esporte Clube e o Grêmio, válida pela Copa do Brasil e vencida pela equipe dos Pampas por 4 a 0 sendo que Ronaldinho Gaúcho marcou o gol inaugural. Em 2 de abri daquele ano, Zumbi, jogador do União, assinalou o primeiro tento mato-grossense, no empate em dois gols do time da casa com o Berga, de Cuiabá, pelo Estadual.
Originalmente o Estádio Municipal Engenheiro Luthero Lopes foi construído na Avenida dos Bandeirantes. Posteriormente foi demolido cedendo lugar a uma loja do Atacadão, que por sua vez construiu o novo estádio e o entregou a prefeitura.
A inauguração do antigo estádio aconteceu em 8 de novembro de 1959 e até hoje a autoria do seu primeiro gol é discutida. Sobre esse tem escrevi o Editorial “De cidadania”, postado em 6 de junho do ano passado e na mesma data publicado enquanto artigo assinado por mim no Jornal Diário de Cuiabá.
O texto diz:
“Rondonópolis cidadezinha de nariz arrebitado que se rotulava “Rainha do Algodão” das roças de toco. Poxoréu rica e exuberante estufava o peito enquanto “Capital do Diamante”. A primeira com cinco anos de emancipação e a outra engasgada com o espinho dessa autonomia política que lhe surrupiu seu distrito mais ao sul. Com esse componente as seleções de futebol das duas cidades se enfrentaram na ensolarada tarde do domingo 8 de novembro de 1959, para a inauguração do Estádio Engenheiro Luthero Lopes, construído no tal ex-distrito.
Poxoréu despachou Rondonópolis pelo placar de 5 a 2 com direito a olé e foguetório. Quanto ao resultado a torcida que assistiu ao jogo não discute. O que ninguém sabe é o nome do craque autor do primeiro gol do Luthero Lopes. Ninguém vírgula, porque duas vozes discordantes sempre sustentaram a seu modo a paternidade do feito. Rosalvo Aguiar, de Poxoréu, jurava que recebeu cruzamento da esquerda, matou a redonda no peito e de voleio estufou as redes. Hermenegildo Reis de Almeida conta que na intermediária desarmou o volante, avançou, driblou dois zagueiros, cobriu o goleiro e fez a gorducinha triscar a trave antes de cair mansa e faceira atrás da linha da cal.
Nos alicerces de Rondonópolis estão as impressões digitais dos personagens dessa polêmica. Hermenegildo foi dedicado servidor do DNER (agora DNIT) e tem uma loja de apetrechos de pesca. Alguns anos após aquela partida, Rosalvo dignificou a profissão de bancário gerenciando o Banco Real naquela cidade até se aposentar precocemente por problemas de saúde que comprometeram a desenvoltura de seu caminhar.
Na madrugada do sábado, 5 deste mês, Deus vagava onipresente sob o firmamento em Rondonópolis, agora bonita metrópole e bem diferente da cidadezinha da época do primeiro gol no Luthero Lopes. O Senhor gostou do espírito reinante na cidade levando dali para seu reino celeste um septuagenário enfermo. Na porta do céu um coro de anjos, arcanjos e querubins entoou cânticos que soaram aos ouvidos de Rosalvo como se fosse o grito da torcida poxoreana com seu voleio estufando as redes da cidade que mais tarde seria seu novo lar”.
Com o adeus de Rosalvo a terra de meus filhos Agenor e Luiz Eduardo vira mais uma página de sua recente história e não ouve mais o debate dos dois artilheiros que consciente ou inconscientemente solidários ao espírito de luta que esculpiu a têmpera da singular Rondonópolis marcaram o mais importante tento de suas vidas: o gol da construção da cidadania rondonopolitana”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário